As Lendas do Caúra

Para Reis (2001), inúmeras são as lendas sobre Ponta do Caúra, entretanto todas se relacionam com os mistérios do mar. Reza a lenda que toda embarcação que, porventura vier ficar à deriva e sucumbir, dificilmente sobreviverá alguém, pois na região existe um tubarão gigante e negro, que circula por toda aquela área, não deixando escapar qualquer náufrago Outra faz referência a um encantado que surge em determinados dias de sexta-feira. Trata-se da imagem de um touro negro luzente, que arrasta inúmeras correntes do Caúra à Praia de Panaquaüra, amedrontado os pescadores (REIS, 2001).

 

De acordo com o Sr. Miranda³⁵ (2018), talvez a mais conhecida fosse relatada por Dona Bina, tratava-se de uma índia que, sentindo fortes dores do parto, não conseguia dar luz à criança. o Pajé da tribo naquela noite eníuarada resolveu implorar ajuda a Tupã. Enquanto ele orava, os índios reunidos, tocavam seus tambores sem cessar aguardando o nascimento tão esperado. Naquele momento de grande expectativa, com a lua chegando ao meio do céu, um choro de bebê foi ouvido. A alegria foi geral. Um coro de vozes se elevou animando ainda a dança.

Porém, um fato impressionante fez com que todos parassem o ritual; da oca, uma índia saiu carregando nos braços o recém-nascido cujo cordão umbilical encompddava-se mais e mais à proporção que a índia se distanciava. Toda a tribo de olhos arregaiados pronunciava em voz uníssorla: “Caüra, Ca(ira, Caúra” – que significa “umbigo corrompido”.

A índia continuou caminhando de costas, entrando no mar e levando consigo o indiozinho, Para espanto da tribo, que estava acompanhando, surge um grande tubarão negro e engole os dois de uma vez. Muito tempo depois, nasceram ao redor do Caúra umas ramas verdes e compridas que os índios usavam para curas medicinais. Ca(Ira era o comprimento do umbigo do indiozinho recém-nascido, (MiRANDA, 2018) .