"É uma operação que teve um nível de letalidade altíssima", destacou o chefe da comitiva, o mexicano José Luis Caballero, justificando a presença no Brasil.
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A reunião no Guanabara, na avaliação da comitiva da CIDH foi boa e governador, "cordial e aberto", nas palavras de Caballero. Cláudio Castro não falou à imprensa. Diferentemente de outros encontros ocorridos com autoridades para discutir a Operação Contenção, desta vez a imprensa não teve autorização para entrar no palácio e o representante do órgão internacional conversou com os repórteres à beira da rua, sob escolta de policiais militares.
Ao se reunir com todas os níveis de governo - federal, estadual e municipal - Caballero comentou que a intenção da visita é "estabelecer um diálogo". A CIDH já esteve em Brasília, onde se reuniu com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Ao final da visita, o órgão pretende entregar um informe com recomendações ao Brasil, propondo "melhores práticas" em ações policiais e cooperação técnica.
"Estimo que o relatório [da visita] saia nas próximas semanas. Será algo a curto prazo, eficaz e com recomendações concretas", disse o mexicano.
Operação Contenção
A ação policial na Penha em 28 de outubro mirava o cumprimento de mandados contra chefes da facção criminosa Comando Vermelho e contou com mais de 2 mil agentes. Nesta semana, por terem sido flagrados cometendo crimes durante a operação, seis policiais militares foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Estadual. Eles obstruíram câmeras corporais, furtaram um fuzil, peças de carro e constrangeram moradores dentro de suas casas.
Logo após a operação, a CIDH já havia condenado a operação e o número "extremamente alto de mortes registradas. Naquela ocasião, provocou o governo brasileiro a investigar de forma independente o ocorrido, considerando toda a cadeia de comando e "a sancionar os responsáveis e a garantir reparação integral às vítimas e a seus familiares".
A nota divulgada à época também destacava que a Operação Contenção reproduzia "um padrão persistente de violência policial", identificado em outras incursões em favelas. Segundo a instituição, os números indicam que as polícias civil e militar do Rio mataram 1,2 mil pessoas entre janeiro de 2024 e agosto de 2025. A maioria das vítimas era de pessoas negras.
Confira as informações do Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil
*texto alterado às 13h26 de 5/12 para acréscimo de informações

