Para muitos o ano começa depois do carnaval, economicamente isso é verdade. Para quem tem em sua principal atividade a prestação de serviços para o poder público, isso passa a fazer parte do planejamento estratégico de sua organização. Haja vista que os orçamentos abrem em março que é quando se inicia as contratações etc. e tal. Para a Grande maioria é um marco de alegria onde começa-se o ano com alegria de descontração e para alguns poucos, estes empreendedores, hora de ganhar um dinheirinho e fechar os boletos e os cartões das compras de final de ano.
Mas o Carnaval como identidade nacional, passa a ser nosso momento de usufruto de nossa liberdade em um país democrático e com questões tão complexas que envolvem desigualdades sociais, pois na rua é onde todas as classes se unem e divertem-se sob a mesma banda, música ou espaço público.
Quando uma cidade decide não realizar o carnaval, abre-se um canal muito perigoso de de transferência, o que chamamos de "vazamento econômico" ou "fuga de recursos econômicos", expressão muito utilizado em estudos de economia urbana e turismo para descrever como os recursos financeiros gerados em uma localidade podem ser direcionados para outras regiões, especialmente quando os residentes buscam opções de entretenimento, cultura ou lazer fora de sua cidade de origem.
Esse fenômeno pode ter impactos negativos na economia local, pois o dinheiro que poderia ser reinvestido na própria cidade acaba sendo gasto em outras áreas, reduzindo o potencial de desenvolvimento econômico e a geração de empregos no local de residência. Para combater o vazamento econômico, muitas cidades investem em atrativos locais, como eventos culturais, infraestrutura de lazer e políticas de incentivo ao consumo interno, buscando reter os gastos dos cidadãos e fortalecer a economia local.
A escassez de recursos para a manutenção do Carnaval pode comprometer a qualidade e a continuidade do evento, impactando não apenas a cultura local, mas também a economia da região. Para superar esse desafio, é essencial mobilizar esforços estratégicos na busca de parcerias comerciais com grandes marcas e empresas interessadas em investir no evento. Essa abordagem pode ser potencializada quando o município possui ativos culturais, ambientais e históricos, que funcionam como atrativos turísticos e patrimoniais.
Como diria o advogado e político Brasileiro, Barbosa Lima Sobrinho: “O Capital se faz em Casa”. Afirmando que o desenvolvimento depende basicamente dos esforços internos e não de apoio financeiro externo.
Valberlucio Pereira é bacharel em contabilidade, Especialista em Gestão de Projetos ; pós-graduando em Gestão da Cultura Maranhense , Graduando em TurismoUFMA) e Gestor do Centro Cultural Casa Gamela (SJR)